quinta-feira, 27 de setembro de 2007

2007 - O que eles ouvem?



As coisas mudaram, mas não muito. Fiquei atenta no VMB 2007, os 13 anos da premiação da música jovem brasileira. Parece que há um novo cenário musical, bandas como NXZero, Fresno e Cachorro Grande estão ocupando o lugar de destaque das já consagradas, cansativas e super premiadas Capital Inicial, Charlie Brown Junior, O Rappa e D2.
Realmente o mercado é efêmero e as coisas mudaram. Mudaram para pior, os Emos estão ocupando o lugar. Bem vindo ao rock sertanejo.
O estilo Emo se tornou conhecido através da internet. A Fresno é um exemplo disso, chega na mídia já conhecida com shows feitos em vários festivais no país. São jovens de classe média, com um visual punk, dark, metal, que fazem um som com bases pesadas mas com letras de amor deprê. É romântico de novela.
A prova disso foi a participação do vocalista da Fresno cantando junto com "o" Sandi e "a" Junior. Há uma nova cena rock "popular" brasileira se formando, algo "emocionante".
Voltando para o VMB. E a Cicarelli, cara de ET de "dois andares com garagem pra guardar". Sou mais Fernanda Linda. E o João Gordo dançando com os idiotas do "pinicopânico". Sem comentários.
E o Marilyn Manson, nossa Madonna cruel. Uma punhetinha de leve, puro teatro. Teatro do horror pop.
Mas, o Edu K chegou perto. Participou do karaokê do Forgotten Boys, enfiou o microfone no cu, deu uma cheiradinha no micro e apertou as bolas do Paulo Ricardo. Salvou o rock. Mas é claro que as imagens sumiram, não passou e não tem no You Tube. Como assim?
A MTV é puro entretenimento, que às vezes respinga qualidade. Vai sair o acústico do Paulinho da Viola. O do Lobão ficou bacana com a orquestra de cordas. Pena que ele se calou, foi apropriado pela indústria. Assim calam-se os discursos. Mas deu piti na passagem de som, essa é a rebeldia do Lobão.
VMB parece um fórmula já desgastada. Mas a festa é boa para quem está lá, assim todos saem vencedores, alegres e satisfeitos. É diversão, o tempo todo.
As coisa mudaram um pouco, mas não foi para o bem, foi para o Emo.
O show da Cachorro Grande é realmente energético. Foi justo. Pelo menos é uma banda de rock real que está ali. O problema deste VMB que foi tudo muito óbvio, até demais.

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